segunda-feira, 21 de maio de 2012

Planejamento de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar



MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
PROINFO-INTEGRADO
CURSO DE INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO DIGITAL






PROJETO DE PESQUISA E APRENDIZAGEM
Planejamento de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar





Maria Zilda Moreira Melchior









Itu, maio de 2012.





RESUMO
A atividade docente enfrenta um questionamento diante da sua indisponibilidade quanto a utilização das tecnologias de informação e comunicação no cotidiano da aula. Pensando em um aluno cuja oferta de informações através da web é imensa, e imaginando a aula como um momento em que o foco deva ser a informação e a formação do conhecimento, o trabalho norteou-se por uma pesquisa qualitativa e quantitativa realizada no período de abril do corrente ano, na qual apontou-se que menos de um quarto da escola utilizava amplamente a internet e as tecnologias para o trabalho com os conceitos escolares; mais ainda, a pesquisa apontou que nenhuma disciplina realizou trabalhos colaborativos na web. Em última análise, a questão residia na formação do professor para a utilização crítica e consciente das tecnologias. Assim, o presente trabalho de pesquisa apontou como fundamental a formulação de plano de formação de educadores e a conjugação de esforços para a atividade interdisciplinar e para o ensino de recursos audiovisuais aos docentes, aproximando-os das TICs e das ferramentas disponibilizadas para a divulgação e interação na web; como produto final, o projeto estabelecerá o desenvolvimento de um trabalho entre pares, concebido pela observação dos alunos e pela pesquisa desencadeada no interior da escola sobre tema de interesse local, amplo e imediato, criando espaços colaborativos na sala de aula (blog, wiki) e finalmente, a apresentação de uma WebQuest sobre o tema elencado pelas disciplinas. Pretende-se, assim, que tal prática estenda-se de forma efetiva como ferramenta para o trabalho docente e para a participação ética e crítica do aluno na construção do conhecimento.

Palavras-chave: Tecnologias; Interdisciplinaridade; WebQuest.

ABSTRACT
Teaching activity faces a challenge in front of his unavailability as the use of information and communication technologies in everyday classroom. Thinking of a student whose offer of information via the web is huge, and imagining the classroom as a time when the focus should be information and knowledge formation, the work was guided by a qualitative and quantitative research carried out between April this year, which showed that less than one quarter of the school used the Internet extensively and technologies for working with school concepts, moreover, the survey indicated that no discipline collaborative work carried out on the web. Ultimately, the question was in teacher training for the use conscious and critical technologies. Thus, the present research work pointed out as essential to the formulation of training plan for educators and joint efforts for interdisciplinary activities and teaching of audiovisual resources for teachers, bringing them closer to ICTs and the tools available for dissemination and interaction web, as an end product, the project will establish the development of a working peer, designed by the observation of students and research triggered inside the school on the theme of local interest, a large and immediate, creating collaborative spaces in the classroom (blog , wiki) and finally the presentation of a WebQuest on the topic part listed by subjects. The aim is thus to extend this practice is so effective as a tool for teaching and participation and ethical critique of the student in constructing knowledge.

Keywords: Technology; Interdisciplinary; WebQuest



APRESENTAÇÃO


O projeto de trabalho ora apresentado trata do Planejamento de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar, focalizando três elementos básicos:
- um plano para formação de multiplicadores na escola com a intenção de fomentar o uso das tecnologias de informação e comunicação junto as turmas;
- um projeto de trabalho coletivo inserido no plano de formação, relacionado ao currículo e á utilização de mídias e tecnologias da escola, focalizando a WebQuest como produto final;
- a sustentação do plano de formação, do projeto de trabalho coletivo e da construção da WebQuest a partir de uma abordagem interdisciplinar, mantendo ao mesmo tempo, a estrutura de trabalho de cada disciplina, e dando-lhe possibilidades de estender-se fora dos limites de cada aula, enquanto seus conceitos são tratados a partir dos conceitos de outras disciplinas.
Partindo do pressuposto de que o Gestor Escolar é responsável pela formação de sua equipe de educadores (um formador de formadores), entende-se neste projeto de trabalho que a principal tarefa do Diretor e da Equipe de Coordenadores de uma escola é a de aproximar a equipe de trabalho do potencial da Web, para uma exploração consciente, crítica, segura e produtiva dos conteúdos e das ferramentas disponíveis aos professores e alunos, mantendo, ainda, a ideia de colaboração entre grupos ou elementos de um grupo e, assim, permitindo que o conceito de interdisciplinaridade avance dos olhares dos professores para a produção dos próprios alunos.
O trabalho evoca a interdisciplinaridade e o conceito de Pierre Levy acerca da “inteligência coletiva”, partindo do pressuposto de que, em um grupo, o que se concebe por inteligência dos participantes (quando produzindo algo coletivo) não apenas como uma soma das capacidades e inteligências individuais dos elementos participantes do grupo; a “inteligência coletiva”, para o autor, é o resultado da interação dessas inteligências individuais umas com as outras, criticando, recebendo críticas, progredindo em sua busca da verdade, descobrindo os potenciais uns dos outros e dos temas abordados, e respondendo a inquietações e dúvidas individuais, transpondo-as para o plano coletivo de forma interativa e integrada.  


DESENVOLVIMENTO


A escola pública enfrenta um momento de duras críticas em relação ao seu formato acadêmico: algumas aulas, embora presentes conceitos do cotidiano, ainda carecem da agilidade conferida pelas tecnologias de informação e comunicação, no decorrer da explanação dos temas propostos pelo professor.
Para alunos com um referencial de imagem e som adquiridos pela Internet e através de outros meios ou mídias, a aula expositiva torna-se um momento desgastante, e, referindo-se a inteligência emocional, a partir de PINTO (1998, p. 34), pode-se iinferir que “(...) a emoção não  é  o  único factor  que  afecta a memória. Há  outros  factores fundamentais como o conhecimento prévio e o desenvolvimento dos processos cognitivos (...)” e que demonstram o papel seletivo da emoção (ou da afetividade, do campo das preferências pessoais, dos estímulos, do interesse) no campo da memória, “(...) em termos facilitadores no que se refere aos elementos centrais e em termos inibidores no que se refere ao reconhecimento de temas periféricos”. Melhor: o interesse por determinados fatores provoca ou não a facilitação ou a inibição de determinados conceitos operacionalizados em uma aula. Assim, uma aula interessante e dinâmica, facilitando ao professor na sua explanação, facilita também ao aluno na formação de uma estrutura facilitadora de reconhecimento das informações e desenvolvimento de conceitos que se operacionalizam em forma de habilidades e se concretizam como competências, quando são utilizados no cotidiano, seja da sala de aula, seja na vida pessoal do aluno.
Assim, tornar a aula mais interessante não é apenas um fator estético ou necessário para acompanhamento do avanço tecnológico atual. É uma ação pedagógica que atende a um interesse e a uma funcionalidade neurológica do próprio aluno, no sentido de que responde a uma cultura que, hoje, pode-se dizer cibernética, com seus gadgets, aplicativos, facilitadores da oferta de vínculos virtuais com pessoas, fatos e outros elementos presentes na mídia. Blogar-se é o verbete mais contemporâneo dos dicionários e, ao mesmo tempo, o mais dinâmico e presente na vida dos jovens. Informação em tempo real, a imagem e o som, juntamente com a necessidade de se transformar o jovem em pesquisador em seu próprio tempo e de sua própria história, com criticidade e consciência, eticamente responsável pelas informações e pelos conceitos propagados na mídia, aliados aos conteúdos que se deseja que o aluno apreenda e aprenda (obviamente em um clima de interdisciplinaridade e colaboração), são os pilares deste trabalho de pesquisa.
A disponibilidade de informações e tecnologias ou aplicativos é imensa e conhecida por parte do alunado presente na escola pública. Dessa forma, assim como outros facilitadores, tais informações e tecnologias podem servir-se ao propósito educacional e de formação de uma nova cultura na escola.
O que ocorre, segundo apontado pela observação escolar obtida através da pesquisa desencadeada na Escola Estadual Professora Bene Teixeira da Fonseca do Amaral Gurgel, é um sentido na contramão da atualidade: contando com uma sala de informática com 13 microcomputadores, um retroprojetor, um projetor de slides e um episcópio, a escola apresenta um indicador de apenas 22% de utilização das mídias e tecnologias de informação e comunicação presentes no cotidiano escolar.
As hipóteses para a baixa utilização das mídias podem decorrer de:
- desconhecimento das possibilidades e facilidades desencadeadas pelas tecnologias;
- falta de oportunidade (do professor) em criar elementos gráficos ou facilitadores para suas aulas;
- desinteresse pelas tecnologias de informação e comunicação.
Quaisquer destas hipóteses permite incorrer nas seguintes necessidades elencadas para este núcleo educacional:
- os professores necessitam imediatamente de uma formação que lhes permita compreender as tecnologias na sociedade e na escola, a importância em aliar os conteúdos digitais e a criação de espaços coletivos e colaborativos (wikis e blogs, webquests) para a pesquisa e apresentação de resultados de alunos, bem como a mobilização de esforços conjuntos para o planejamento e execução de projetos protagonistas na escola pública;
- a escola necessita criar oportunidades para a abertura de espaços colaborativos e que respondam a um projeto comum da escola e para o contexto da comunidade, formulado com base no conceito de “inteligência coletiva”, de LEVY (1994) e desencadeado através da observação do cotidiano.
Segundo RAMOS (2009), as tecnologias em sala de aula possuem um amplo rol de propósitos educativos, uma vez que se objetive aprender, ensinar, ou relacionar-se com o conteúdo digital de forma ativa ou passiva. As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) aproximam o estudante de conteúdos para os quais a proposta é a aproximação passiva (leitura) de saberes ou a oferta de possibilidades de interação e de produção com esses saberes, de forma mais crítica.
RAMOS (2009) analisou a questão com professores mais resistentes a utilização mesmo do vídeo na sala de aula, foi possível perceber que o temor seria a substituição do professor diante da máquina, entre os alunos; com o tempo, e com a aproximação de outros colegas (com resultados positivos na interação com as TICs), a equipe foi, pouco a pouco, adotando o vídeo, as mídias e, enfim, a internet como instrumentos de aproximação de conteúdos diversificados e atrativos, junto aos alunos. Uma outra questão é justamente que estes professores venham realizando, com os alunos, análises críticas de conteúdos na internet, gerando seus próprios conteúdos com base não em senso comum, mas a partir da grande oferta de saberes disponíveis na web.
Outro argumento recorrente acerca do uso das TICs na Educação Escolar é a de que estas validam os conhecimentos do aluno preparando-o para o mercado de trabalho, o que dá um caráter de terminalidade para a tecnologia na escola – uma finalidade, e não um olhar para um instrumento indispensável e que nos acompanha em todas as facetas da vida, não somente no trabalho.
A educação (e os educadores) vem enfrentando mudanças funcionais (e por que não, estruturais e comportamentais) desde a inserção das TICs no cotidiano escolar ou, pelo menos, no cotidiano dos alunos. No primeiro caso, trata-se apenas de calibrar os propósitos educativos dos educadores frente às tecnologias, suas possibilidades, diversidade de aplicações e aportes à prática pedagógica; no segundo caso, porém, trata-se de possibilitar a entrada das tecnologias no contexto das práticas docentes, sob o risco de criar um conflito de ações onde a escola apresenta os mesmos suportes de outrora, e o aluno, habituado a rapidez do fluxo da web, necessita adequar-se a este modelo exclusivo e ultrapassado.
Não se trata de superar o professor: pelo contrário, ele media as interações entre alunos e o conteúdo informatizado da cultura humana, tornando possível a análise crítica do conteúdo da web e a utilização dos múltiplos recursos de mídias (visitas virtuais a museus, leitura de e-books, análise de jornais na web, uso de editores de textos e planilhas para possibilitar o registro do pensamento ou de um levantamento), de forma interativa e com o professor, como elemento indispensável para a oferta planejada e equilibrada do conteúdo disponível na web, no ambiente da sala de aula.
Segundo RAMOS (2009), toda tecnologia sempre leva a superação de um paradigma, e o debate das mudanças não pode ser relegado a um segundo plano, inclusive na escola; este é o ponto inicial para que se crie uma cultura de inclusão digital na escola, possibilitando uma compreensão crítica do uso (técnicas) e do impacto das TICs no cotidiano do jovem. Mais ainda: um diálogo ético acerca das ideias disseminadas na web permite ao jovem construir um raciocínio que prime pela criticidade e o afasta da alienação e do mero uso das TICs para o lúdico. Em uma escola cuja Proposta Pedagógica prevê o uso crítico das TICs, os jovens são produtores de conhecimentos, através de projetos interativos, cooperativos e que demandam dos envolvidos, amplo planejamento de ações através da web e dos recursos midiáticos.
A informática, em determinadas escolas da rede estadual paulista, possui um referencial de “Antes do Programa Acessa Escola” e “Depois do Programa Acessa Escola”. Com a informatização das unidades escolares (parcialmente, a partir dos anos 90), os profissionais do ensino hesitavam em programar aulas utilizando o computador, por alguns motivos: equipamentos com constantes problemas técnicos; falta de monitoria nas salas, para auxiliar simultaneamente alunos menos experienciados (dependendo de alunos da própria sala, que introduziam os iniciantes na utilização da máquina); falta de softwares específicos às disciplinas do Currículo; falta de equipamentos para todos, exigindo um plano didático para alunos que ficassem fora da sala de informática (sem falar na falta de um professor adicional para acompanhar a turma em um ou em outro momento); entre outros problemas. Dessa forma, a utilização dos equipamentos dependia de alguns softwares para as áreas da matemática, dicionários, jogos, ou outros, com finalidade lúdica. Na web, o acesso se dava no Orkut e em outros links para redes sociais, jogos, ou outros sem fins educativos. Sem um computador servidor ou sem controle total, a turma divagava sem atender ao professor; não era possível recriminar os docentes, pela falta de oferta de condições de utilização planejada do ambiente. Com a instalação do Acessa Escola e a presença do monitor/estagiário, a aula planejada tornou-se possível. A partir do controle de um servidor, o professor pode orientar o estagiário a fim de que este acesse apenas os links necessários para o desenvolvimento do tema em questão, permitindo um estudo mais amplo e, ainda, o debate em sala acerca dos temas.
Há muito o que se avançar em relação ao trabalho de compreensão do uso das TICs e seu impacto diante do cotidiano: ainda se vê poucos profissionais do ensino que planejam aulas que não sejam lúdicas, mas que tornem-se viagens rumo ao conhecimento, na web. Depurar informações e dados colhidos e enviados na web, e o trabalho com a norma culta X a linguagem na web devem ser temas amplamente abordados, como esclarecedores do papel e da importância das TICs no cotidiano.
A informática, tomada como uma ferramenta-meio ou atividade-fim no processo educacional, pode ser um ponto de constante discussão no meio educacional. Suas possibilidades, enquanto perdura a discussão, acabam por engendrar-se no campo da inatividade. Não há impossibilidades se as tecnologias são, ora ferramentas para objetivos restritos as disciplinas, ou se tais tecnologias são discutidas como ponto central na escola e no cotidiano da aula e do aluno. O que importa é aproximar e tornar universal o acesso dos alunos e professores aos recursos disponibilizados pela informática, pela web, suas ferramentas de interação, seus elementos de cooperação e desenvolvimento de projetos colaborativos.
Também se torna necessário abordar-se, no decorrer do projeto, a frequência de uso das TICs nas escolas dos cursistas e a intencionalidade pedagógica de cada um para as TICs na sala de aula (estratégias docentes). Na escola pesquisada, o percentual não passou de 22% de professores envolvidos com aulas que utilizam as tecnologias. O que implica dizer que 78% das aulas contam apenas com os recursos papel, material gráfico e alunos-professor. Nada mais. Assim, resultados como os que se apresentam nas leituras das pesquisas educacionais não são surpresas aos que se disponibilizam a pesquisar sobre o tema da presença e utilização das tecnologias na Educação.
Foi relevante, na pesquisa de caráter quantitativo e qualitativo, a menção acerca da insegurança apresentada por muitos professores diante da aparente ou real experiência que os alunos, mais jovens, possuem quanto ao uso do computador; porém, tais professores devem relevar que os alunos conhecem o uso, mas nem todos compreendem, de forma crítica, a amplitude do impacto das informações postadas na web, na vida dos sujeitos que as recebem.  Superar a alienação diante do potencial informativo e formativo da internet é um dos principais objetivos dos educadores e da própria escola, frente a suas demandas junto ao Currículo.
Para L. Dowbor (2008, In RAMOS, 2009), a escola possui uma responsabilidade sem igual, por ser o locus onde as principais dificuldades de utilização dos professores devem ou podem ser sanadas. Antes de mencionarmos a inclusão digital, que está presente em todos os vídeos listados, é fundamental que entendamos o papel do professor como o disseminador e articulação dos saberes sobre as TICs, de maneira crítica e com perfeita adequação das metodologias educacionais e das tecnologias aos objetivos escolares.
De maneira mais ampla, o projeto permite desencadear o pensar interdisciplinar e o ser colaborativo no interior da escola FAZENDA (2009) reafirma em sua obra que interdisciplinaridade não se ensina, mas se vive, a partir da agregação das disciplinas em elementos que as comunguem e as tornem colaborativas, de maneira mais específica. Um profissional que trabalha de forma interdisciplinar e que não deixa de buscar novos conhecimentos possui um elevado grau de maturidade e produtividade em sala de aula.
Assim, a partir das inquietações do grupo de educadores, das dificuldades apresentadas pela escola e dos saberes que o curso desencadeou, foi proposto um tema, que auxilia a ação gestora como formadores ou multiplicadores: "Planejamento de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar ", tendo como subtema a formação docente para o planejamento de ações que demandem novos aprendizados técnicos (funcionalidades das TICs) e a compreensão crítica do conteúdo e do impacto das informações e ideias da web na mídia, na sociedade e no mundo.
Há um estigma que ronda o tema “Tecnologias” no cotidiano da Educação. Assim, a dependência de uns sob a informação que outros detêm vem sendo uma constante no meio educacional. Adaptar-se às tecnologias e propor utiliza-las como meios culturais e de disseminação da cultura no meio escolar é uma das funções da escola de hoje, além de tornar-se um locus de mudanças operacionalizadas com base na leitura do cotidiano e do entorno (no tempo e no espaço) nos quais está inserida a escola pesquisada.
Sabe-se que o nível de interatividade das tecnologias e dos meios de interação e colaboração entre os sujeitos é uma ferramenta com potencial para produzir interessantes situações de aprendizagem.  Ainda, através do potencial pedagógico que possuem, acabam por desencadear um espaço colaborativo entre disciplinas (RAMOS, 2009, p. 26).
Pierre Levy e o conceito de inteligência coletiva são capazes de explicar o que se pretende com o projeto, de forma mais ampla: para além das inteligências individuais, e fazendo pleno uso delas de forma colaborativa (entre alunos e entre professores), existe algo que podemos chamar de inteligência coletiva, que é o produto da interação das inteligências individuais, de forma crítica, interativa, progressiva em suas contribuições e ética, na disposição e divulgação de resultados através das mídias digitais.
Tomando como pressuposto um foco para um produto final, o trabalho prevê as seguintes fases:
1-    Formulação de plano de formação de educadores com base nos recursos do programa Acessa Escola, do qual a unidade escolar faz parte;
2-    Conjugação de esforços para a atividade interdisciplinar e para o ensino de recursos audiovisuais aos docentes, aproximando-os das TICs e das ferramentas disponibilizadas para a divulgação e interação na web;
3-    Eleição de um tema coletivo, inicial, para o desenvolvimento de um trabalho entre pares, concebido pela observação dos alunos e pela pesquisa desencadeada no interior da escola através do recurso de questionários ou apenas por aclamação do tema;
4-    Criação de espaços colaborativos na sala de aula: blog para informações (diários pessoais) dos alunos acerca das facilidades e dificuldades sobre o tema; wikis para formação de um ambiente de pesquisa com artigos, temas e demais inserções necessárias a abordagem dos assuntos elencados; webQuests, como produto final, para a publicação do projeto da turma, com continuidade no blog, para a execução do projeto e a inserção dos dados sobre o andamento das ações, bem como para a interatividade entre os sujeitos da pesquisa e ação.
Na estruturação do trabalho com a formação do professor, serão desenvolvidos elementos essenciais de operacionalização de texto e planilhas, acesso e manuseio de sons, imagens e informações da web, e atividades de utilização das mídias disponíveis na escola e na Internet (Youtube, entre outros)
Após o momento inicial de formação do professor, será aprofundada a elaboração de Blog, adentrando na questão da segurança de dados, no problema do Plágio (furto intelectual de informações), na questão da informação ética e necessária, focando interatividade e cooperação na publicação de dados e informações. Serão propostas wikis escolares para as disciplinas, em particular.
O produto final – a WebQuest – será trabalhado como um elemento essencial para a formação da criticidade do aluno, a partir dos dados presentes em SENAC (2012), no sentido de formular um projeto conjunto entre disciplinas acerca de um tema. Nessa WebQuest, leva-se em consideração a coparticipação de todos os professores e alunos que desenvolveram as wikis e os blogs, focalizando o tema da WebQuest como um fator de proposta de solução para  um problema elencado na comunidade ou na escola.
Os resultados serão amplamente divulgados e socializados através destas ferramentas elaboradas por alunos e professores.


CONCLUSÃO

Com base nos pressupostos iniciais e nas hipóteses elencadas através de pesquisa qualitativa e quantitativa, o presente trabalho busca desenvolver, em primeiro plano, um projeto de formação de educadores para o acesso digital. Como consequências, espera-se a formação de uma rede colaborativa entre alunos e professores, no sentido de desenvolver temas que cerquem-se de objetividade no atendimento às demandas mais pungentes da comunidade ou da escola e dos alunos.
Um dos objetivos secundários do projeto é o desenvolvimento da interdisciplinaridade como um fator concreto e existente de forma efetiva, na escola. Desencadeado como uma atividade gratificante, a construção da WebQuest deverá, ao final e a sua publicação, tornar-se um plano concreto para articulação do aluno e dos colegiados escolares, como protagonistas em sua comunidade escolar ou no entorno.
Reconhecendo nas tecnologias um mecanismo potente de obtenção de informações, um projeto colaborativo e interdisciplinar busca tornar a informação, um conhecimento de mundo e de trocas, focando suas ações na discussão, debate e crítica, com vistas a uma aproximação cada vez maior com a verdade e com a oferta de soluções para problemas do cotidiano.


BIBLIOGRAFIA

FAZENDA, Ivani (org.). Práticas interdisciplinares na escola. 11ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.

SENAC.  Senac Webquest. Disponível em http://webquest.sp.senac.br/ acesso em 12 de  maio de 2012, 19h30min.

PINTO, Amâncio da Costa. O impacto das emoções na memória: alguns temas em análise. Universidade do Porto (Faculdade de Psicologia) Revista Psicologia, Educação e Cultura, 2(2), 215-240. Porto: Editora do Porto, 1998. Disponível em http://www.fpce.up.pt/docentes/acpinto/artigos/11_memoria_e_emocoes.pdf Acesso em 21 de abril de 2012, às 17:50.
RAMOS, Edla Maria Faust et allii. Tecnologias no Cotidiano: Desafios a Educação Digital. In PROINFO INTEGRADO. Introdução a Educação Digital. Guia do Cursista. Brasília, DF: MEC, 2009.

  



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