MINISTÉRIO
DA EDUCAÇÃO E CULTURA
PROGRAMA
NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
PROINFO-INTEGRADO
CURSO
DE INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO DIGITAL
PROJETO
DE PESQUISA E APRENDIZAGEM
Planejamento
de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para
construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar
Maria Zilda Moreira Melchior
Itu, maio de 2012.
RESUMO
A
atividade docente enfrenta um questionamento diante da sua indisponibilidade
quanto a utilização das tecnologias de informação e comunicação no cotidiano da
aula. Pensando em um aluno cuja oferta de informações através da web é imensa,
e imaginando a aula como um momento em que o foco deva ser a informação e a
formação do conhecimento, o trabalho norteou-se por uma pesquisa qualitativa e
quantitativa realizada no período de abril do corrente ano, na qual apontou-se
que menos de um quarto da escola utilizava amplamente a internet e as
tecnologias para o trabalho com os conceitos escolares; mais ainda, a pesquisa
apontou que nenhuma disciplina realizou trabalhos colaborativos na web. Em última
análise, a questão residia na formação do professor para a utilização crítica e
consciente das tecnologias. Assim, o presente trabalho de pesquisa apontou como
fundamental a formulação de plano de formação de educadores e a conjugação de esforços
para a atividade interdisciplinar e para o ensino de recursos audiovisuais aos
docentes, aproximando-os das TICs e das ferramentas disponibilizadas para a
divulgação e interação na web; como produto final, o projeto estabelecerá o
desenvolvimento de um trabalho entre pares, concebido pela observação dos
alunos e pela pesquisa desencadeada no interior da escola sobre tema de
interesse local, amplo e imediato, criando espaços colaborativos na sala de
aula (blog, wiki) e finalmente, a apresentação de uma WebQuest sobre o tema
elencado pelas disciplinas. Pretende-se, assim, que tal prática estenda-se de
forma efetiva como ferramenta para o trabalho docente e para a participação
ética e crítica do aluno na construção do conhecimento.
Palavras-chave: Tecnologias; Interdisciplinaridade;
WebQuest.
ABSTRACT
Teaching
activity faces a challenge in front of his
unavailability as the use of information and communication technologies in
everyday classroom. Thinking of a student whose offer of
information via the web is huge, and imagining the classroom as
a time when the focus should be information and knowledge
formation, the work was guided by a qualitative and quantitative
research carried out between April this year, which showed that less
than one quarter of the school used the Internet extensively and
technologies for working with school concepts, moreover, the
survey indicated that no discipline collaborative work carried
out on the web. Ultimately, the question was in teacher
training for the use conscious and critical technologies. Thus,
the present research work pointed out as essential to the
formulation of training plan for educators and joint
efforts for interdisciplinary activities and teaching of
audiovisual resources for teachers, bringing them closer to ICTs
and the tools available for dissemination and interaction web, as
an end product, the project will establish the development of a working peer,
designed by the observation of students and research triggered
inside the school on the theme of local interest, a large and
immediate, creating collaborative spaces in the classroom (blog ,
wiki) and finally the presentation of a WebQuest on
the topic part listed by subjects. The aim is thus to extend this
practice is so effective as a tool for teaching and
participation and ethical critique of the student in
constructing knowledge.
Keywords: Technology;
Interdisciplinary; WebQuest
APRESENTAÇÃO
O projeto de trabalho ora
apresentado trata do Planejamento de utilização das Tecnologias de Informação e
Comunicação na escola para construção de uma WebQuest e a partir de uma
abordagem interdisciplinar, focalizando três elementos básicos:
- um plano para formação de
multiplicadores na escola com a intenção de fomentar o uso das tecnologias de
informação e comunicação junto as turmas;
- um projeto de trabalho
coletivo inserido no plano de formação, relacionado ao currículo e á utilização
de mídias e tecnologias da escola, focalizando a WebQuest como produto final;
- a sustentação do plano de
formação, do projeto de trabalho coletivo e da construção da WebQuest a partir
de uma abordagem interdisciplinar, mantendo ao mesmo tempo, a estrutura de
trabalho de cada disciplina, e dando-lhe possibilidades de estender-se fora dos
limites de cada aula, enquanto seus conceitos são tratados a partir dos conceitos
de outras disciplinas.
Partindo do pressuposto de
que o Gestor Escolar é responsável pela formação de sua equipe de educadores
(um formador de formadores), entende-se neste projeto de trabalho que a
principal tarefa do Diretor e da Equipe de Coordenadores de uma escola é a de
aproximar a equipe de trabalho do potencial da Web, para uma exploração
consciente, crítica, segura e produtiva dos conteúdos e das ferramentas
disponíveis aos professores e alunos, mantendo, ainda, a ideia de colaboração entre
grupos ou elementos de um grupo e, assim, permitindo que o conceito de
interdisciplinaridade avance dos olhares dos professores para a produção dos
próprios alunos.
O trabalho evoca a
interdisciplinaridade e o conceito de Pierre Levy acerca da “inteligência
coletiva”, partindo do pressuposto de que, em um grupo, o que se concebe por
inteligência dos participantes (quando produzindo algo coletivo) não apenas
como uma soma das capacidades e inteligências individuais dos elementos
participantes do grupo; a “inteligência coletiva”, para o autor, é o resultado
da interação dessas inteligências individuais umas com as outras, criticando,
recebendo críticas, progredindo em sua busca da verdade, descobrindo os
potenciais uns dos outros e dos temas abordados, e respondendo a inquietações e
dúvidas individuais, transpondo-as para o plano coletivo de forma interativa e
integrada.
DESENVOLVIMENTO
A escola pública enfrenta um
momento de duras críticas em relação ao seu formato acadêmico: algumas aulas,
embora presentes conceitos do cotidiano, ainda carecem da agilidade conferida
pelas tecnologias de informação e comunicação, no decorrer da explanação dos
temas propostos pelo professor.
Para alunos com um
referencial de imagem e som adquiridos pela Internet e através de outros meios
ou mídias, a aula expositiva torna-se um momento desgastante, e, referindo-se a
inteligência emocional, a partir de PINTO (1998, p. 34), pode-se iinferir que “(...) a emoção não é
o único factor que
afecta a memória. Há outros factores fundamentais como o conhecimento
prévio e o desenvolvimento dos processos cognitivos (...)” e que demonstram
o papel seletivo da emoção (ou da afetividade, do campo das preferências
pessoais, dos estímulos, do interesse) no campo da memória, “(...) em termos facilitadores no que se refere aos
elementos centrais e em termos inibidores no que se refere ao reconhecimento de
temas periféricos”. Melhor: o interesse por determinados fatores provoca ou
não a facilitação ou a inibição de determinados conceitos operacionalizados em
uma aula. Assim, uma aula interessante e dinâmica, facilitando ao professor na
sua explanação, facilita também ao aluno na formação de uma estrutura
facilitadora de reconhecimento das informações e desenvolvimento de conceitos
que se operacionalizam em forma de habilidades e se concretizam como
competências, quando são utilizados no cotidiano, seja da sala de aula, seja na
vida pessoal do aluno.
Assim, tornar a aula mais
interessante não é apenas um fator estético ou necessário para acompanhamento
do avanço tecnológico atual. É uma ação pedagógica que atende a um interesse e
a uma funcionalidade neurológica do próprio aluno, no sentido de que responde a
uma cultura que, hoje, pode-se dizer cibernética, com seus gadgets,
aplicativos, facilitadores da oferta de vínculos virtuais com pessoas, fatos e
outros elementos presentes na mídia. Blogar-se é o verbete mais contemporâneo
dos dicionários e, ao mesmo tempo, o mais dinâmico e presente na vida dos
jovens. Informação em tempo real, a imagem e o som, juntamente com a necessidade
de se transformar o jovem em pesquisador em seu próprio tempo e de sua própria
história, com criticidade e consciência, eticamente responsável pelas informações
e pelos conceitos propagados na mídia, aliados aos conteúdos que se deseja que
o aluno apreenda e aprenda (obviamente em um clima de interdisciplinaridade e
colaboração), são os pilares deste trabalho de pesquisa.
A disponibilidade de
informações e tecnologias ou aplicativos é imensa e conhecida por parte do
alunado presente na escola pública. Dessa forma, assim como outros
facilitadores, tais informações e tecnologias podem servir-se ao propósito
educacional e de formação de uma nova cultura na escola.
O que ocorre, segundo
apontado pela observação escolar obtida através da pesquisa desencadeada na
Escola Estadual Professora Bene Teixeira da Fonseca do Amaral Gurgel, é um
sentido na contramão da atualidade: contando com uma sala de informática com 13
microcomputadores, um retroprojetor, um projetor de slides e um episcópio, a
escola apresenta um indicador de apenas 22% de utilização das mídias e
tecnologias de informação e comunicação presentes no cotidiano escolar.
As hipóteses para a baixa
utilização das mídias podem decorrer de:
- desconhecimento das
possibilidades e facilidades desencadeadas pelas tecnologias;
- falta de oportunidade (do
professor) em criar elementos gráficos ou facilitadores para suas aulas;
- desinteresse pelas
tecnologias de informação e comunicação.
Quaisquer destas hipóteses
permite incorrer nas seguintes necessidades elencadas para este núcleo
educacional:
- os professores necessitam
imediatamente de uma formação que lhes permita compreender as tecnologias na
sociedade e na escola, a importância em aliar os conteúdos digitais e a criação
de espaços coletivos e colaborativos (wikis e blogs, webquests) para a pesquisa
e apresentação de resultados de alunos, bem como a mobilização de esforços
conjuntos para o planejamento e execução de projetos protagonistas na escola
pública;
- a escola necessita criar
oportunidades para a abertura de espaços colaborativos e que respondam a um
projeto comum da escola e para o contexto da comunidade, formulado com base no
conceito de “inteligência coletiva”, de LEVY (1994) e desencadeado através da
observação do cotidiano.
Segundo RAMOS (2009), as tecnologias em
sala de aula possuem um amplo rol de propósitos educativos, uma vez que se
objetive aprender, ensinar, ou relacionar-se com o conteúdo digital de forma
ativa ou passiva. As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) aproximam o
estudante de conteúdos para os quais a proposta é a aproximação passiva
(leitura) de saberes ou a oferta de possibilidades de interação e de produção
com esses saberes, de forma mais crítica.
RAMOS (2009) analisou a questão com
professores mais resistentes a utilização mesmo do vídeo na sala de aula, foi
possível perceber que o temor seria a substituição do professor diante da
máquina, entre os alunos; com o tempo, e com a aproximação de outros colegas
(com resultados positivos na interação com as TICs), a equipe foi, pouco a
pouco, adotando o vídeo, as mídias e, enfim, a internet como instrumentos de
aproximação de conteúdos diversificados e atrativos, junto aos alunos. Uma
outra questão é justamente que estes professores venham realizando, com os
alunos, análises críticas de conteúdos na internet, gerando seus próprios
conteúdos com base não em senso comum, mas a partir da grande oferta de saberes
disponíveis na web.
Outro argumento recorrente acerca do uso das
TICs na Educação Escolar é a de que estas validam os conhecimentos do aluno
preparando-o para o mercado de trabalho, o que dá um caráter de terminalidade
para a tecnologia na escola – uma finalidade, e não um olhar para um
instrumento indispensável e que nos acompanha em todas as facetas da vida, não
somente no trabalho.
A educação (e os educadores) vem
enfrentando mudanças funcionais (e por que não, estruturais e comportamentais)
desde a inserção das TICs no cotidiano escolar ou, pelo menos, no cotidiano dos
alunos. No primeiro caso, trata-se apenas de calibrar os propósitos educativos
dos educadores frente às tecnologias, suas possibilidades, diversidade de
aplicações e aportes à prática pedagógica; no segundo caso, porém, trata-se de
possibilitar a entrada das tecnologias no contexto das práticas docentes, sob o
risco de criar um conflito de ações onde a escola apresenta os mesmos suportes
de outrora, e o aluno, habituado a rapidez do fluxo da web, necessita
adequar-se a este modelo exclusivo e ultrapassado.
Não se trata de superar o professor: pelo
contrário, ele media as interações entre alunos e o conteúdo informatizado da
cultura humana, tornando possível a análise crítica do conteúdo da web e a
utilização dos múltiplos recursos de mídias (visitas virtuais a museus, leitura
de e-books, análise de jornais na web, uso de editores de textos e planilhas
para possibilitar o registro do pensamento ou de um levantamento), de forma
interativa e com o professor, como elemento indispensável para a oferta planejada
e equilibrada do conteúdo disponível na web, no ambiente da sala de aula.
Segundo RAMOS (2009), toda tecnologia
sempre leva a superação de um paradigma, e o debate das mudanças não pode ser
relegado a um segundo plano, inclusive na escola; este é o ponto inicial para
que se crie uma cultura de inclusão digital na escola, possibilitando uma
compreensão crítica do uso (técnicas) e do impacto das TICs no cotidiano do
jovem. Mais ainda: um diálogo ético acerca das ideias disseminadas na web
permite ao jovem construir um raciocínio que prime pela criticidade e o afasta
da alienação e do mero uso das TICs para o lúdico. Em uma escola cuja Proposta
Pedagógica prevê o uso crítico das TICs, os jovens são produtores de
conhecimentos, através de projetos interativos, cooperativos e que demandam dos
envolvidos, amplo planejamento de ações através da web e dos recursos
midiáticos.
A informática, em determinadas escolas da rede
estadual paulista, possui um referencial de “Antes do Programa Acessa Escola” e
“Depois do Programa Acessa Escola”. Com a informatização das unidades escolares
(parcialmente, a partir dos anos 90), os profissionais do ensino hesitavam em
programar aulas utilizando o computador, por alguns motivos: equipamentos com
constantes problemas técnicos; falta de monitoria nas salas, para auxiliar
simultaneamente alunos menos experienciados (dependendo de alunos da própria
sala, que introduziam os iniciantes na utilização da máquina); falta de
softwares específicos às disciplinas do Currículo; falta de equipamentos para
todos, exigindo um plano didático para alunos que ficassem fora da sala de
informática (sem falar na falta de um professor adicional para acompanhar a
turma em um ou em outro momento); entre outros problemas. Dessa forma, a
utilização dos equipamentos dependia de alguns softwares para as áreas da
matemática, dicionários, jogos, ou outros, com finalidade lúdica. Na web, o
acesso se dava no Orkut e em outros links para redes sociais, jogos, ou outros
sem fins educativos. Sem um computador servidor ou sem controle total, a turma
divagava sem atender ao professor; não era possível recriminar os docentes,
pela falta de oferta de condições de utilização planejada do ambiente. Com a
instalação do Acessa Escola e a presença do monitor/estagiário, a aula
planejada tornou-se possível. A partir do controle de um servidor, o professor
pode orientar o estagiário a fim de que este acesse apenas os links necessários
para o desenvolvimento do tema em questão, permitindo um estudo mais amplo e,
ainda, o debate em sala acerca dos temas.
Há muito o que se avançar em relação ao
trabalho de compreensão do uso das TICs e seu impacto diante do cotidiano:
ainda se vê poucos profissionais do ensino que planejam aulas que não sejam
lúdicas, mas que tornem-se viagens rumo ao conhecimento, na web. Depurar
informações e dados colhidos e enviados na web, e o trabalho com a norma culta
X a linguagem na web devem ser temas amplamente abordados, como esclarecedores
do papel e da importância das TICs no cotidiano.
A informática, tomada como uma
ferramenta-meio ou atividade-fim no processo educacional, pode ser um ponto de
constante discussão no meio educacional. Suas possibilidades, enquanto perdura
a discussão, acabam por engendrar-se no campo da inatividade. Não há
impossibilidades se as tecnologias são, ora ferramentas para objetivos
restritos as disciplinas, ou se tais tecnologias são discutidas como ponto
central na escola e no cotidiano da aula e do aluno. O que importa é aproximar
e tornar universal o acesso dos alunos e professores aos recursos disponibilizados
pela informática, pela web, suas ferramentas de interação, seus elementos de
cooperação e desenvolvimento de projetos colaborativos.
Também se torna necessário abordar-se, no
decorrer do projeto, a frequência de uso das TICs nas escolas dos cursistas e a
intencionalidade pedagógica de cada um para as TICs na sala de aula
(estratégias docentes). Na escola pesquisada, o percentual não passou de 22% de
professores envolvidos com aulas que utilizam as tecnologias. O que implica
dizer que 78% das aulas contam apenas com os recursos papel, material gráfico e
alunos-professor. Nada mais. Assim, resultados como os que se apresentam nas
leituras das pesquisas educacionais não são surpresas aos que se disponibilizam
a pesquisar sobre o tema da presença e utilização das tecnologias na Educação.
Foi relevante, na pesquisa de caráter
quantitativo e qualitativo, a menção acerca da insegurança apresentada por
muitos professores diante da aparente ou real experiência que os alunos, mais
jovens, possuem quanto ao uso do computador; porém, tais professores devem
relevar que os alunos conhecem o uso, mas nem todos compreendem, de forma
crítica, a amplitude do impacto das informações postadas na web, na vida dos
sujeitos que as recebem. Superar a
alienação diante do potencial informativo e formativo da internet é um dos
principais objetivos dos educadores e da própria escola, frente a suas demandas
junto ao Currículo.
Para L. Dowbor (2008, In RAMOS, 2009), a
escola possui uma responsabilidade sem igual, por ser o locus onde as
principais dificuldades de utilização dos professores devem ou podem ser
sanadas. Antes de mencionarmos a inclusão digital, que está presente em todos
os vídeos listados, é fundamental que entendamos o papel do professor como o
disseminador e articulação dos saberes sobre as TICs, de maneira crítica e com
perfeita adequação das metodologias educacionais e das tecnologias aos objetivos
escolares.
De maneira mais ampla, o projeto permite
desencadear o pensar interdisciplinar e o ser colaborativo no interior da
escola FAZENDA (2009) reafirma em sua obra que interdisciplinaridade não se
ensina, mas se vive, a partir da agregação das disciplinas em elementos que as
comunguem e as tornem colaborativas, de maneira mais específica. Um profissional que trabalha de forma
interdisciplinar e que não deixa de buscar novos conhecimentos possui um
elevado grau de maturidade e produtividade em sala de aula.
Assim, a partir das inquietações do grupo
de educadores, das dificuldades apresentadas pela escola e dos saberes que o
curso desencadeou, foi proposto um tema, que auxilia a ação gestora como
formadores ou multiplicadores: "Planejamento
de utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação na escola para
construção de uma WebQuest e a partir de uma abordagem interdisciplinar ", tendo como subtema a formação docente para o
planejamento de ações que demandem novos aprendizados técnicos (funcionalidades
das TICs) e a compreensão crítica do conteúdo e do impacto das informações e
ideias da web na mídia, na sociedade e no mundo.
Há um estigma que ronda o
tema “Tecnologias” no cotidiano da Educação. Assim, a dependência de uns sob a
informação que outros detêm vem sendo uma constante no meio educacional. Adaptar-se
às tecnologias e propor utiliza-las como meios culturais e de disseminação da
cultura no meio escolar é uma das funções da escola de hoje, além de tornar-se
um locus de mudanças operacionalizadas com base na leitura do cotidiano e do
entorno (no tempo e no espaço) nos quais está inserida a escola pesquisada.
Sabe-se que o nível de
interatividade das tecnologias e dos meios de interação e colaboração entre os
sujeitos é uma ferramenta com potencial para produzir interessantes situações
de aprendizagem. Ainda, através do potencial
pedagógico que possuem, acabam por desencadear um espaço colaborativo entre
disciplinas (RAMOS, 2009, p. 26).
Pierre Levy e o conceito de
inteligência coletiva são capazes de explicar o que se pretende com o projeto, de
forma mais ampla: para além das inteligências individuais, e fazendo pleno uso
delas de forma colaborativa (entre alunos e entre professores), existe algo que
podemos chamar de inteligência coletiva, que é o produto da interação das
inteligências individuais, de forma crítica, interativa, progressiva em suas
contribuições e ética, na disposição e divulgação de resultados através das
mídias digitais.
Tomando como pressuposto um
foco para um produto final, o trabalho prevê as seguintes fases:
1- Formulação
de plano de formação de educadores com base nos recursos do programa Acessa
Escola, do qual a unidade escolar faz parte;
2- Conjugação
de esforços para a atividade interdisciplinar e para o ensino de recursos
audiovisuais aos docentes, aproximando-os das TICs e das ferramentas disponibilizadas
para a divulgação e interação na web;
3- Eleição
de um tema coletivo, inicial, para o desenvolvimento de um trabalho entre
pares, concebido pela observação dos alunos e pela pesquisa desencadeada no
interior da escola através do recurso de questionários ou apenas por aclamação
do tema;
4- Criação
de espaços colaborativos na sala de aula: blog para informações (diários
pessoais) dos alunos acerca das facilidades e dificuldades sobre o tema; wikis
para formação de um ambiente de pesquisa com artigos, temas e demais inserções
necessárias a abordagem dos assuntos elencados; webQuests, como produto final,
para a publicação do projeto da turma, com continuidade no blog, para a
execução do projeto e a inserção dos dados sobre o andamento das ações, bem
como para a interatividade entre os sujeitos da pesquisa e ação.
Na estruturação do trabalho
com a formação do professor, serão desenvolvidos elementos essenciais de
operacionalização de texto e planilhas, acesso e manuseio de sons, imagens e
informações da web, e atividades de utilização das mídias disponíveis na escola
e na Internet (Youtube, entre outros)
Após o momento inicial de
formação do professor, será aprofundada a elaboração de Blog, adentrando na
questão da segurança de dados, no problema do Plágio (furto intelectual de
informações), na questão da informação ética e necessária, focando
interatividade e cooperação na publicação de dados e informações. Serão
propostas wikis escolares para as disciplinas, em particular.
O produto final – a WebQuest
– será trabalhado como um elemento essencial para a formação da criticidade do
aluno, a partir dos dados presentes em SENAC (2012), no sentido de formular um
projeto conjunto entre disciplinas acerca de um tema. Nessa WebQuest, leva-se
em consideração a coparticipação de todos os professores e alunos que
desenvolveram as wikis e os blogs, focalizando o tema da WebQuest como um fator
de proposta de solução para um problema
elencado na comunidade ou na escola.
Os resultados serão
amplamente divulgados e socializados através destas ferramentas elaboradas por
alunos e professores.
CONCLUSÃO
Com base nos pressupostos
iniciais e nas hipóteses elencadas através de pesquisa qualitativa e
quantitativa, o presente trabalho busca desenvolver, em primeiro plano, um
projeto de formação de educadores para o acesso digital. Como consequências,
espera-se a formação de uma rede colaborativa entre alunos e professores, no
sentido de desenvolver temas que cerquem-se de objetividade no atendimento às
demandas mais pungentes da comunidade ou da escola e dos alunos.
Um dos objetivos secundários
do projeto é o desenvolvimento da interdisciplinaridade como um fator concreto e
existente de forma efetiva, na escola. Desencadeado como uma atividade
gratificante, a construção da WebQuest deverá, ao final e a sua publicação, tornar-se
um plano concreto para articulação do aluno e dos colegiados escolares, como
protagonistas em sua comunidade escolar ou no entorno.
Reconhecendo nas tecnologias
um mecanismo potente de obtenção de informações, um projeto colaborativo e
interdisciplinar busca tornar a informação, um conhecimento de mundo e de
trocas, focando suas ações na discussão, debate e crítica, com vistas a uma
aproximação cada vez maior com a verdade e com a oferta de soluções para
problemas do cotidiano.
BIBLIOGRAFIA
FAZENDA, Ivani (org.).
Práticas interdisciplinares na escola. 11ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SENAC. Senac Webquest. Disponível em http://webquest.sp.senac.br/
acesso em 12 de maio de 2012, 19h30min.
PINTO,
Amâncio da Costa. O impacto das emoções na memória: alguns temas em análise.
Universidade do Porto (Faculdade de Psicologia) Revista Psicologia, Educação e
Cultura, 2(2), 215-240. Porto: Editora do Porto, 1998. Disponível em http://www.fpce.up.pt/docentes/acpinto/artigos/11_memoria_e_emocoes.pdf
Acesso em 21 de abril de 2012, às 17:50.
RAMOS,
Edla Maria Faust et allii.
Tecnologias no Cotidiano: Desafios a Educação Digital. In PROINFO INTEGRADO.
Introdução a Educação Digital. Guia do Cursista. Brasília, DF: MEC, 2009.
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